terça-feira, 24 de maio de 2011

1/2 de intercâmbio.


Vamos lá, alguém precisa escrever alguma coisa nesse blog.

Já faz um bom tempo que não atualizo o blog, o motivo continua sendo o mesmo que escrevi no post anterior, mas com algumas diferenças. A cada dia que passa eu trabalho mais, e ficando com menos tempo, mas a principal diferença fica sob o olhar da experiência extra curricular que possui variações relacionadas a instabilidade emocional.

Atualmente, venho sendo pressionado por mais resultados dentro da empresa, algo comum para quem trabalha na comercial, nada que seria um surpresa para mim. Eu sempre lidei muito bem com isso, mas eu não esperava isso aqui na Índia, em um intercâmbio. Escuto relatos diversos sobre experiências de amigos de diversas nacionalidades e na maioria dos casos a descrição do cargo, tão entusiasmante no papel, vira piada na pratica. Mas no meu caso, eu realmente me sinto empoderado e responsável pelos resultados que devo atingir.

A cobrança deve ser sempre feita, o gestor deve ter em mente, sempre, que se pode crescer mais, e nesse aspecto vejo o chefe fazendo. A duas semanas atrás o meu chefe me questionou se eu poderia trabalhar mais no atendimento dos clientes, eu disse que era possível, mas que isso me exigira abdicar de algumas coisas. Sem dar muito ouvido isso, ele só descreveu a importância do processo e disse acreditar na minha capacidade - PRESSÃO + MOTIVAÇÃO - isso me deixou puto da cara, o que me levou a trabalhar mais, só de brabo. Na semana seguinte fui conversar com ele para entender como ele vinha vendo o processo da semana, e então... CHINELADA + CHOCOLATE. Eu tinha aumentado e quase 40% a minha produtividade, e agora ele quer ver mais. O engraçado disso tudo é que eu tenho isso muito bem racionalizado por experiências anteriores, mas mesmo assim acabo agindo como um.... seria irracional? Não! Mas mesmo assim a capacidade do gestor de fazer a combinação PISÃO NO PÉ + ALGODÃO DOCE é boa, e funciona comigo. Sou um pobre peão que abaixo do laço consegue juntar mais cabeças de gado por cavalo encilhado. Pobre dos meus futuros colaboradores, vão passar pelo mesmo.

Agora para acordar aquele leitores que não gostam de ouvir esse meu papo de "administradorzinho" vou falar de festas (tem neguinho que abriu um sorriso agora).



O mês de maio é um mês muito bonito, pois é marcado por eventos bonitos... dia das mães, meu aniversário. hahaha! Tem pessoas que não gostam de comemorar o aniversário, pois "ficam velhas" né? Outras, por não ver sentido em comemorar. Mas para mim aniversário é um momento único (obvio! é uma vez no ano). É um dia onde você para e olha para o ano que você fechou, olha para tudo aquilo que realizou e aprendeu, é quase um segundo natal/revion em termos significado para mim.

No dia 7 de maio de 2011, eu olhei para 2010 e os meus 23 anos. Resultado da análise? melhor idade da minha vida! Meu deus, cresci absurdos como pessoa (amigos pode confirmar), cresci muito profissionalmente ( veja meu curriculo) e TO MA NO CU vim parar na INDIA!



Certamente comemorar aniversário longe dos amigos de fé e da família tem um lado bem triste. Mas feliz da pessoa que mesmo assim, junto um bando de gringo para ir para uma praia - indiana - e tomar um trago histórico, simplesmente pois uma contagem numérica infere que você completou um ciclo, assim como a barata outro animal qualquer.

Eu fiquei bem contente com resultado do convite feito para os meu amigos aqui em Chennai. Apesar de alguns, não terem comparecido, a grande maioria veio para fazer algo que eu sempre quis fazer. FARRA NA PRAIA! AEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!


Eu tenho uma paixão grande por estar rodeado de pessoas, certamente a minha casa vai ter um espaço reservado só para receber os amigos com uma ceva sempre bem gelada. Mas para isso há momentos... têm momentos que gosto de estar no meu canto, fazendo as minhas coisas do meu modo sem interferência de qualquer um. Mas no meu aniversário SEMPRE sempre será um dia de compartilhar a minha alegria.

"4 MESES FORA DO BRASIL!"
Eu disse que é maio é bonito, pois, no dia 19 de Janeiro, 4 meses atrás eu sobrevoava as piramedes do Egito e saia do Brasil para fazer história, então temos mais um aniversário, mais um ciclo que completa. Cheguei a metade do meu intercâmbio.

Passou tão rápido que mal consigo realizar que em 2011 vi tanta coisa diferente. Vi egipcios derrubando governo, vi de perto a crise da Grécia e a primeira coisa que eu vi na Índia foi uma vaca no meio do transito. Nesse periodo eu aprendi algumas coisas sobre inferencia de um intercambio para um jovem. Eu classifico o resultado em 2. O primeiro pode transformar você, fazer você abrir os olhos para coisas que você jamais avalia olhado, e o segundo, é um processo de consolidação, quando a cada dia que passa você tem mais certeza do quer para si.

Antes de viajar eu achava que iria para fora do Brasil e ser o mesmo grosso que nasceu no Agudo, sem frescura nenhuma, sem medo de nada e o mesmo apaixonado pela farra. Bastou eu fechar 4 meses que eu posso dizer que estou no time daqueles que passa por um processo de consolidação. A cada dia que passa eu tenho mais certeza do que quero para mim, para minha vida. Inclusive, eu lembro de mim mesmo avaliando o processo de intercâmbio pra uma pessoa meses atrás, cheguei a pensar que intercâmbio não era para mim, pois sempre fui muito seguro dos meus valores e convicções. De fato continuo com eles, mas certeza MESMO! Eu estou tendo agora, que posso bater no peito de dizer... Me atirei de mala e cuia para qualquer lugar ai, para ver se eu sou esse "bagual" que sempre acreditei ser. Porém antes de cantar mais alto, volto ao ponto de que estou na metade do meu intercâmbio.

Instabilidade emocional é o há no intercâmbio. É incrível como o nosso humor varia absurdos no mesmo dia. Esse dias dei um piti aki em casa, mandei gente a puta que partiu e caralho a 4. Sobrou o serviço de pedir desculpas para um 30 minutos depois e outro no dia seguinte. Papelão! É, eu sei, mas faz parte, não é fácil chegar inteiro do trabalho depois de um dia de pressão, pegar um trajeto de quase 2horas para voltar para ksa, e ainda enfrentar as diversidade de morar com mais 5 nacionalidades. Na mesma ideia, você pode passar por tudo isso, e dar risada de tudo da rua e ainda ansioso para ver todos e contar as coisas pelas quais você ria sozinho pela rua. Esses dias eu me flagrei fora de rota pois minha mete estava em outro planeta, mas absurdamente feliz.

- É uma saudade do futuro. -


Quando você decide tudo que quer fazer, e os passos que você vai dar, só existe um sentimento querendo assumir o controle. É a ansiedade em ver os resultados dos teu planos. Atualmente, eu venho travando essa briga comigo mesmo, tentando manter a cabeça no dia a dia, mas o "amanhã" insiste em aparecer com uma tela de pop - up, apresentando uma promoção considerada irrefutável.

Existe uma gama de fatores que estão envolvidos nisso, eu acredito conhecer a razão de cada um deles, mas o difícil esta sendo canalizar isso em uma energia a ser investida no dia a dia, algo que quebre a rotina que ja está formada, mas que tem prazo para acabar. Quase tudo do intercambio tem prazo de validade, talvez seja por isso, que me torno mais ansioso, mais planejador.

O principal objetivo do intercâmbio era colocar mais um carimbo no currículo, indicando eu sou um bonitão que sabe se virar sozinho bem longe de tudo que proporciona segurança. Dessa forma eu consigo abrir um dos fatores de ansiedade, é que o fato desse intercâmbio estar relacionado a algo maior, o meu plano de carreira que não tem data para terminar... Pensando rápido, uma capa de Exame seria um bom indicador de termino.. Enfim, o intercambio é tão pequeno dentro de tanta coisa que eu preciso fazer ainda, que começo a tirar a atenção dele.

O clima de to indo embora ta começando a chegar no meu apartamento. Em dois meses vou perder 50 % dos meus colegas de ap, e isso interfere também, pois eles compartilham os seus planos de viagem.

Nessa semana em especial, eu estou sentindo saudade de estar com os meus colegas de ap, pois quando eles chegam do trabalho eu estou trabalhando, e quando eles vão dormir eu continuo na lida. Ai eu acordo mais tarde, pois sou o último a ir dormir e ja não vejo mais ninguém em casa. Para agravar o quadro eu trabalho de casa, pois o que importa para a empresa são os contatos que eu faço e qualidade das negociações que eu apresento. Para isso, tanto faz se é aqui ou na empresa, ou importante é estar conectado com o Brasil, assim sendo, só durante a noite.

Para fechar, foto do templo que visitamos em Madurai. Abraços.




domingo, 1 de maio de 2011

Uma experiência ao natural.

Perto de completar um mês sem postar nada eu decidi mudar o estilo de postagem. A justificativa por tanto tempo sem postagem é o valor dado as coisas. Depois de mais de 3 meses fora do Brasil e perto de completar o segundo mês na Índia eu começo a priorizar as experiências em si. Claro não é apenas isso, a falta de tempo é outro fator.

As experiências ganhavam valor a cada dia, atualmente estou vivendo no melhor momento social aqui na Índia. Eu conheço todas as pessoas, e tenho um ótimo relacionamento com todas. Quando falo, pessoas, me refiro aos intercambistas que vivem em Chennai, somos quase 40. A cada dia me sinto mais a vontade , e isso me permite ser eu mesmo por inteiro. Vocês sabem, fanfarrão.

Essa característica não deixa as pessoas decepcionadas quanto ao comportamento de um quase legítimo brasileiro. Posso dizer que cumpro bem o papel aqui. As bagaceirisses e músicas internacionais mais cantadas são as brasileiras. Vendi aqui “Garota de Ipanema”, Martinho da vida com “já tive mulheres...”. Trechos como “TODO MUNDO NÚ, NINGUÉM É DE NINGUÉM. “TIRA ESSA ROUPA”. Algumas frases como TE ARRENDO LOKA e assim por diante. Todos esperam que um brasileiro tenha samba no pé, não é bem o meu estilo, mas jogo de cadeiras já parei uma festa para receber uma salva de palmas.


Dentro do trabalho conheço quase as pessoas e tenho um bom relacionamento com a grande maioria. No início eu era bombardeado por uma seqüência de perguntas que me deixaram de saco cheio, mas que hoje aprendi a ligar e inverter a conversa. “O que você acha de Chennai? O que você pensa sobre o calor? Você gosta da comida Indiana? O que você fez no último final de semana?”. Imagina ser perguntado todo o dia por cerca de 2 a 3 pessoas por dia apenas no trabalho, pois na rua era a mesma coisa. O que é necessário fazer é começar a perguntar sobre as pessoas também, e realmente se interessar. Eu venho utilizando isso para melhorar a capacidade de entender inglês by Índia.

Eu ando meio sem tempo para postar no blog pois no trabalho eu não tenho tempo livre para sentar com calma e colocar mais de hora escrevendo e revisando o blog, já em casa eu apenas quero ficar de papo com o pessoal que mora comigo ou ver um filme e seriado. Portanto, tento ficar longe a internet durante a noite, pois fico 8h por dia na internet no trabalho. Antes que alguém levante da cadeira me crucificando - “AHHHHHHH! Para postar no tem tempo, mas para ficar na internet tem!!!!” – meu trabalho até o momento foi buscar os meus possíveis clientes no Brasil, e para tanto utilizava da internet, e como tinha prazo para a entregar um banco de dados, eu apenas dava um desopilada e matando a saudade falando com as pessoas by MSN e FB.


Com isso eu volto o cerne da experiência de intercambio, viver e se relacionar com as pessoas aqui. Eu já estou entrando num estágio que começo a pensar que vou sentir muita saudade da gurizada daqui. Todos são muito diferentes (internacionalização), mas tão iguais aqui na Índia e na busca de desenvolvimento.

Todos que moram comigo trabalham, estão relacionados a negócios internacionais, são pessoas que chegam em casa com os mesmos problemas e alegrias. A duas semanas atrás o Alemão fechou o primeiro negócio, semana passada foi eu que ganhei uma salva de palmas e um parabéns bem vigoroso do CEO da empresa pelo Business Plan.

A gurizada aqui é muito geração saúde, todos correm pelo menos 3 x por semana, eu o japa e o alemão vamos na academia com regularidade. Combinamos de correr todas as manhas as 7h depois voltar para o café da manhã que é bem caprichado e vamos todos para o trabalho. É um rotina muito agradável.

Hoje mesmo, fizemos uma limpeza pesada aqui, que o apartamento nunca tinha passado, foram mais de 15 sacolas de lixo para fora. Lavamos paredes, removemos panelas em excesso, organizamos armários e tal. E isso foi feito em um consenso natural, ninguém pediu par ninguém, apenas a Celina disse, “borá limpar o AP (ARG) ” e todos se atracaram. Sensacional!


Sofremos alterações no apartamento, tivemos uma baixa com a saída do Peter da Polonia, o cara é muito engraçado e comandava a gurizada aqui, a minha ex-companheira de quarto Ivete, México, deixou a Índia pra curtir seu romance com uma outra menina, não sei onde. Com isso, chegara a Paulina (Polonia) e Celina (Argentina). A Celina faz o papel da Camile, minha irmã, aqui, como ela fala português serve como fuga quando se está cansado de falar em inglês e quer apenas fazer comentários random.

Semana passada fiquei doente, quase 3 dias com dor de estomago. Não foi aquelas diareia braba que o pessoal normalmente passa aqui, mas o meu estomago simplesmente tava devagar na digestão me deixando estufado e se apetite. Ficar doente é um prato cheio para sentir saudade de casa. Com essa frescurite que eu passei eu saí da minha rotina, parei de fazer exercícios por uma semana – isso deixa de cara – ficava só no quarto vendo filme, pois estava tentando ficar de repouso e me recuperar o mais rápido possível. Eu perdi duas festas em função disso e ai tu fica um pouco fora do contato com as pessoas.

O intercambista precisa de viagem de festa. As coisas não são normais na sua grande maioria, e para agüentar o tranco por ficar longe da família, amigos e gaúchas o gringo precisa estar em função, arrumando um agito, uma janta, um evento que seja, para reunir a gurizada. Como eu tava doente eu fiquei longe das funções por uma semana e foi o primeiro período que eu estava com mais nojo da India e com saudade do Brasil.

Fiquei bom, voltei para farra, fiquei feliz. A essência de intercambio equilibrado é a farra.