domingo, 1 de maio de 2011

Uma experiência ao natural.

Perto de completar um mês sem postar nada eu decidi mudar o estilo de postagem. A justificativa por tanto tempo sem postagem é o valor dado as coisas. Depois de mais de 3 meses fora do Brasil e perto de completar o segundo mês na Índia eu começo a priorizar as experiências em si. Claro não é apenas isso, a falta de tempo é outro fator.

As experiências ganhavam valor a cada dia, atualmente estou vivendo no melhor momento social aqui na Índia. Eu conheço todas as pessoas, e tenho um ótimo relacionamento com todas. Quando falo, pessoas, me refiro aos intercambistas que vivem em Chennai, somos quase 40. A cada dia me sinto mais a vontade , e isso me permite ser eu mesmo por inteiro. Vocês sabem, fanfarrão.

Essa característica não deixa as pessoas decepcionadas quanto ao comportamento de um quase legítimo brasileiro. Posso dizer que cumpro bem o papel aqui. As bagaceirisses e músicas internacionais mais cantadas são as brasileiras. Vendi aqui “Garota de Ipanema”, Martinho da vida com “já tive mulheres...”. Trechos como “TODO MUNDO NÚ, NINGUÉM É DE NINGUÉM. “TIRA ESSA ROUPA”. Algumas frases como TE ARRENDO LOKA e assim por diante. Todos esperam que um brasileiro tenha samba no pé, não é bem o meu estilo, mas jogo de cadeiras já parei uma festa para receber uma salva de palmas.


Dentro do trabalho conheço quase as pessoas e tenho um bom relacionamento com a grande maioria. No início eu era bombardeado por uma seqüência de perguntas que me deixaram de saco cheio, mas que hoje aprendi a ligar e inverter a conversa. “O que você acha de Chennai? O que você pensa sobre o calor? Você gosta da comida Indiana? O que você fez no último final de semana?”. Imagina ser perguntado todo o dia por cerca de 2 a 3 pessoas por dia apenas no trabalho, pois na rua era a mesma coisa. O que é necessário fazer é começar a perguntar sobre as pessoas também, e realmente se interessar. Eu venho utilizando isso para melhorar a capacidade de entender inglês by Índia.

Eu ando meio sem tempo para postar no blog pois no trabalho eu não tenho tempo livre para sentar com calma e colocar mais de hora escrevendo e revisando o blog, já em casa eu apenas quero ficar de papo com o pessoal que mora comigo ou ver um filme e seriado. Portanto, tento ficar longe a internet durante a noite, pois fico 8h por dia na internet no trabalho. Antes que alguém levante da cadeira me crucificando - “AHHHHHHH! Para postar no tem tempo, mas para ficar na internet tem!!!!” – meu trabalho até o momento foi buscar os meus possíveis clientes no Brasil, e para tanto utilizava da internet, e como tinha prazo para a entregar um banco de dados, eu apenas dava um desopilada e matando a saudade falando com as pessoas by MSN e FB.


Com isso eu volto o cerne da experiência de intercambio, viver e se relacionar com as pessoas aqui. Eu já estou entrando num estágio que começo a pensar que vou sentir muita saudade da gurizada daqui. Todos são muito diferentes (internacionalização), mas tão iguais aqui na Índia e na busca de desenvolvimento.

Todos que moram comigo trabalham, estão relacionados a negócios internacionais, são pessoas que chegam em casa com os mesmos problemas e alegrias. A duas semanas atrás o Alemão fechou o primeiro negócio, semana passada foi eu que ganhei uma salva de palmas e um parabéns bem vigoroso do CEO da empresa pelo Business Plan.

A gurizada aqui é muito geração saúde, todos correm pelo menos 3 x por semana, eu o japa e o alemão vamos na academia com regularidade. Combinamos de correr todas as manhas as 7h depois voltar para o café da manhã que é bem caprichado e vamos todos para o trabalho. É um rotina muito agradável.

Hoje mesmo, fizemos uma limpeza pesada aqui, que o apartamento nunca tinha passado, foram mais de 15 sacolas de lixo para fora. Lavamos paredes, removemos panelas em excesso, organizamos armários e tal. E isso foi feito em um consenso natural, ninguém pediu par ninguém, apenas a Celina disse, “borá limpar o AP (ARG) ” e todos se atracaram. Sensacional!


Sofremos alterações no apartamento, tivemos uma baixa com a saída do Peter da Polonia, o cara é muito engraçado e comandava a gurizada aqui, a minha ex-companheira de quarto Ivete, México, deixou a Índia pra curtir seu romance com uma outra menina, não sei onde. Com isso, chegara a Paulina (Polonia) e Celina (Argentina). A Celina faz o papel da Camile, minha irmã, aqui, como ela fala português serve como fuga quando se está cansado de falar em inglês e quer apenas fazer comentários random.

Semana passada fiquei doente, quase 3 dias com dor de estomago. Não foi aquelas diareia braba que o pessoal normalmente passa aqui, mas o meu estomago simplesmente tava devagar na digestão me deixando estufado e se apetite. Ficar doente é um prato cheio para sentir saudade de casa. Com essa frescurite que eu passei eu saí da minha rotina, parei de fazer exercícios por uma semana – isso deixa de cara – ficava só no quarto vendo filme, pois estava tentando ficar de repouso e me recuperar o mais rápido possível. Eu perdi duas festas em função disso e ai tu fica um pouco fora do contato com as pessoas.

O intercambista precisa de viagem de festa. As coisas não são normais na sua grande maioria, e para agüentar o tranco por ficar longe da família, amigos e gaúchas o gringo precisa estar em função, arrumando um agito, uma janta, um evento que seja, para reunir a gurizada. Como eu tava doente eu fiquei longe das funções por uma semana e foi o primeiro período que eu estava com mais nojo da India e com saudade do Brasil.

Fiquei bom, voltei para farra, fiquei feliz. A essência de intercambio equilibrado é a farra.


2 comentários:

  1. Haha... muito bom! Escreveu bem "ao natural".

    ResponderExcluir
  2. Alemão, meu tapete precisa de alguém pra essa semana. O Grêmio não tá funcionando sem o tapete e o chapéu.

    ResponderExcluir